Faculdades de Música – Como Viver da Música – Music Business

faculdades de musicaPara quem está procurando uma faculdade de música, nesse artigo iremos apontar as melhores universidades para estudar e fazer da música uma profissão, citando também um curso de music business brasileiro. Porém, saber como viver de música não se limita a uma formação acadêmica na área. Atualmente, existem diversas formas de se viver da música, mencionaremos algumas delas a seguir:

Músico de Apoio

Um músico de apoio é aquele músico contratado para tocar em shows para um artista ou banda específicos. Para esse tipo de profissional, o ideal é buscar bandas e/ ou artistas que fazem muitos shows, pois geralmente a remuneração é por evento. Ser eclético ajuda nesse tipo de carreira, pois muitas vezes você poderá receber propostas ou se interessar por determinados grupos de diferentes estilos (pop, axé, sertanejo, etc.). É muito importante estar preparado também para uma maratona de shows (20 a 25 shows por mês), em cidades diferentes. São tantos compromissos que, apesar de você conhecer diferentes locais, praticamente não terá tempo de “passear” pelas cidades ou “desfrutar” dos hotéis, vai tocar, dormir, ensaiar, viajar, tocar, dormir, viajar, etc. Compensa financeiramente? Nesse caso sim, Toinho Batera, por exemplo, ex-baterista da Ivete Sangalo, ganhava cerca de R$ 1.800 reais por show. Como Ivete Sangalo fazia uns 25 shows por mês, é só fazer as contas: R$ 45.000,00 por mês. Mas obviamente, ninguém aguenta ficar muito tempo nessa rotina, a menos que não tenha família, amigos, etc. É muito comum um músico de apoio fazer uma maratona de shows e depois dar uma pausa antes de começar a próxima, por questões de esgotamento ou por mudança de grupo/ banda.

É muito importante ter contatos, chances, oportunidades, pois se ninguém sabe que você existe as coisas ficam difíceis. Você precisa estar no meio de músicos, conviver com músicos, fazer amizades nesse meio, vender sua imagem (com moderação e cautela) e claro, tocar muito bem, impressionar de alguma forma, seja pela técnica, seja pela criatividade, enfim, precisa se destacar em algo.

Dicas para conquistar seu espaço

1) Sempre que você for tocar com músicos profissionais, mesmo que informalmente, procure se preparar bem para o momento. Não apenas tecnicamente, mas no estilo. Procure conhecer bem a necessidade deles, o que eles estão procurando, que tipo de som eles gostam, efeitos, timbres, jeito de tocar, etc. Não pense que qualquer músico irá aplaudir você pelo simples fato de sair tocando mil notas por segundo. É muito mais fácil gostarem de você pelo swing e pela harmonia que você cria na maioria dos casos. Quem é do ramo da música já viu muita coisa por aí e não se impressiona com pouco. Você precisa criar uma identidade. Não tente se sobressair sobre a banda, ou provavelmente você nunca mais será convidado. Todo músico precisa ser educado, precisa respeitar a banda, agregar valor e pensar no conjunto como um todo. Trazer ideias novas é muito útil, mas procure colocá-las de maneira sutil, observe a reação dos seus colegas, não pense que só por que você gostou eles também vão gostar. Se você estudou bem a banda antes de acompanhá-la, provavelmente vai saber conquistá-la entregando o som que eles procuram. Antes de chamar a atenção você precisa ser aceito e ser tolerado. Depois é que você vai ganhando liberdade para acrescentar temperos novos e tudo o mais. Uma primeira má impressão pode arruinar sua reputação.

2) Sempre esteja presente nos eventos, por menores que sejam. Você precisa ser conhecido e lembrado. Muitas vezes grandes oportunidades aparecem em ocasiões pouco prováveis. Por exemplo, tocar em uma festa de aniversário pode parecer pouca coisa, mas o cunhado do amigo do tio do vizinho do aniversariante pode estar na festa, ser um músico profissional, e gostar de você.

3) Aceite ofertas que paguem pouco. Não recuse propostas de viagens e shows pouco atrativos, pense que isso agrega experiência, conhecimento, relacionamentos e oportunidades. Nenhum advogado começa ganhando R$ 5 mil por mês. Durante a faculdade, existe o estágio, onde a maioria recebe muito menos de R$ 1.000,00. Você também terá seu período de estágio.

4) Faça o dever de casa. Se foi pedido para tirar 3 músicas, tire as 3 músicas. Chegue no horário. Seja responsável. Pratique antes. Esteja preparado. Ser profissional não é destruir no palco, é ter responsabilidade e comprometimento com a profissão.

5) Tenha um vocabulário apropriado. Não é porque você é músico que pode falar o que bem entender. Palavrões e outras grosserias podem ser bem aceitos em determinados ambientes e em outros não.

Professor de Música

É uma opção menos ousada, mas bem mais segura. Esteja preparado para receber “calotes”, então exija pagamento adiantado (primeiro o aluno paga o mês, depois começa as aulas), ou então peça o pagamento por aula. Nunca no fechamento do mês depois de ter dado as aulas. Saiba que a rotatividade é muito grande, poucos alunos permanecem e são fiéis ao professor.

Dicas para se dar bem como professor

1) Ensine o que o seu aluno quer aprender. Não fique preso a um método único de ensino. Apesar de ser importante ter um método próprio bom e ser organizado, esteja pronto para fazer adaptações conforme as necessidades dos seus alunos. Não tenha preconceitos com quem gosta de tocar de ouvido, com quem gosta de ler, etc.

2) Impressione seus alunos. Ao contrário de outras ocasiões, aqui não é preciso muita cautela no exibicionismo, é muito importante que seu aluno veja que você toca ou canta MUITO. Ele precisa se impressionar, ter o sonho de um dia ser igual a você. Preocupe-se com o aprendizado dele (a), mas sem deixar de demonstrar como é que se faz. Você é o padrão, o modelo dele. Não é preciso ser ter uma faculdade de música para conquistar alunos, mas uma formação agrega credibilidade.

3) Não imponha, conquiste. Faça o aluno ter vontade de estudar e praticar, estimule-o, elogie-o. Mostre coisas legais, explique a importância.

4) Procure e esteja atento empregos em escolas de música, pois o rendimento costuma ser mais garantido e constante.

5) Seja flexível a horários. Ter alunos à noite pode não ser tão ruim, os cinemas à tarde são mais baratos!

6) Anuncie em sites gratuitos, portais, canal no youtube. Quando um aluno encontrar você pela internet, talvez procure por você no youtube, então uns vídeos legais (em vários estilos) são uma boa pedida.

7) Crie folders, cartões de visita. Seu trabalho precisa ser divulgado. Fale com lojas de instrumentos para deixar uns cartões ou folders no balcão. Ofereça em troca uma publicidade da loja no seu espaço (local onde você ministra as aulas).

Tocar na noite

tocar na noiteEsse nicho permite uma gama muito grande de músicos (incluindo aqueles que tocam só de ouvido e não gostam de estudar, por exemplo). Para quem mora em regiões com bastante movimento, é um caminho interessante. Os bares não pagam muito, cerca de R$ 100,00 por músico (existem bares que pagam melhor, mas também são mais exigentes). Se você consegue ser bem ativo, tocando sexta, sábado e domingo, por exemplo, dá para tirar algo em torno de R$ 1.200,00 por mês. A vantagem é ter tempo durante a semana para praticar com sua banda ou ainda ter outro emprego em qualquer área.  Uma desvantagem é que, dependendo do local, pode ser muito puxado (tocar mais de 6 horas madrugada a dentro), existem aqueles indivíduos bêbados que gostam de arrumar confusão e uns donos de estabelecimentos “caloteiros”. Muitas vezes os clientes vão pedir para você tocar coisas que você não curte também.

As dicas são muito semelhantes àquelas do músico de apoio, mas vale a pena acrescentar também que não é preciso levar todo o seu melhor equipamento. Faça simples, só o necessário. Leve equipamentos bons, mas não os principais. Se o bar já tiver algum amplificador, aproveite, a menos que esteja estragado mesmo.  Apesar dos percalços, tocar na noite confere bagagem de palco ao músico, capacidade de lidar com adversidades, aprendizado de como regular bem os equipamentos em diferentes contextos (tirar som de equipamentos ruins é uma ótima forma de aprender a regular bem equipamentos bons depois), faz você trabalhar com outros músicos, improvisar, ter contatos, divulgar seu trabalho, etc.

Banda de eventos

Tocar em casamentos, bailes, já foi um trabalho mais requisitado antigamente, pois o surgimentos dos DJ’s acabou criando uma concorrência forte nesse nicho. Mas ainda é possível viver disso. As bandas que trabalham com eventos costumam ser muito boas, com ótimos equipamentos, músicos profissionais mesmo. Os chefes das bandas costumam ser músicos muito entendidos, desde a parte de colocação do som até conhecimentos de regência e composição. Se você planeja ir para esse nicho, prepare-se para mergulhar no mundo do jazz, MPB, música italiana, etc. É possível ganhar de R$ 2.000,00 a R$ 6.000,00 por mês com eventos. Apesar de ter uma carga de “shows” muito menor do que um músico de apoio, sua agenda acaba sendo cheia devido aos muitos ensaios necessários com a banda.

Conseguir um Endorser

Para receber um endorser (patrocínio) você precisa já ter contato com pelo menos uma das formas de viver de música que já comentamos. Por quê? Simplesmente porque você não receberá uma proposta de patrocínio tocando no seu quarto, sem ninguém te conhecer! Ter um patrocínio é ótimo para seguir carreira como músico independente, lançar discos, ser reconhecido como referência, afinal, um patrocínio abre muitas portas de eventos, shows, divulgação, etc. Mas nenhuma empresa faz caridade, eles patrocinam porque querem retorno, divulgação da marca, então para você continuar com o patrocínio, e quem sabe até conseguir um melhor, é preciso muita responsabilidade. Você precisa vestir a camisa da marca, falar bem, divulgar os equipamentos, gravar vídeos, enfim. Para quem quer dicas de como conseguir um endorser, o vídeo abaixo é bem explicativo:

Viver de estúdio

Músico de estúdio é aquele contratado para gravar trabalhos de outros artistas, produzir arranjos, trilhas, jingles, etc. É preciso ter equipamento de primeira categoria, entender muito de gravação, ser responsável com prazos e ter criatividade. Muitas vezes os clientes irão pedir coisas mirabolantes, comerciais de bolinha de gude, músicas infantis, etc. Alguns clientes são “chatos” e vão demorar até aceitarem alguma versão sua para seu pedido, então é preciso ter agilidade e paciência nessa profissão. Tudo que você executa precisa ser perfeito, não pode ser meia boca. Uma coisa é tocar ao vivo com um monte de som embolado e pouca gente percebendo se você acertou o solo sem “blefar” nenhuma nota; outra coisa é você gravar esse solo e colocar num CD. É preciso ter um controle muito bom sobre o tempo, ser o melhor amigo do metrônomo. Os ganhos variam muito, mas de um modo geral você pode cobrar de R$ 200,00 a R$ 800,00 por faixa, ou de R$ 3.000,00 a R$ 10.000,00 por álbum completo. É uma grana legal, mas lembre que nem sempre você terá clientes, é preciso fazer um nome no mercado, ter referências.

O aumento do número de estúdios caseiros tem diminuído muito o mercado de trabalho para esse tipo de profissional, pois muitos artistas acabam montando seu próprio estúdio. Um setor que costuma ter bastante requisições de serviço é o da música gospel.

Músico de Orquestra

viver da musicaPara os apaixonados pela música erudita, uma ótima maneira de viver de música é tocando em orquestra. Porém, como você já deve imaginar, não é um caminho muito fácil (aliás, nada na vida é fácil!). Os pré-requisitos são muita técnica e alta performance, leitura fluente em partitura e conhecimento amplo de música clássica. Ter uma faculdade de música nesse caso vale muito a pena. Para quem busca esse nicho, é fundamental  ficar atento aos editais públicos, pois a maioria das orquestras são mantidas pelas prefeituras ou governos estaduais. As contratações são por meio de concursos públicos, a partir de um edital de convocação (quando precisam preencher novas vagas). Estes editais são publicados no Diário Oficial e abertos a qualquer um que queira se candidatar. As etapas de seleção incluem:

– Concerto de confronto (tema pré-definido);

– Concerto de livre escolha (tema escolhido pelo candidato conforme as opções fornecidas);

– Trechos de peças (a banca pede/ sorteia na hora a partir de uma lista pré-divulgada);

– Leitura à primeira vista (tocar um trecho escolhido/ sorteado na hora, sem pré-divulgação, ou seja, no primeiro contato).

Normalmente o contratado se habilita como funcionário público ou prestador de serviços, com todos os respectivos direitos trabalhistas.

Os rendimentos variam muito a depender da orquestra, da cidade, etc. Um músico da Orquestra Municipal de São Paulo ganha em média algo em torno de R$ 7.000,00. A carga horária é diária, ensaios todos os dias.

Faculdade de Música

faculdadeUma faculdade de música, ao contrário do que muitos pensam, não é uma “formadora de milagres”. Ou seja, não é a faculdade que você vai resolver os seus problemas. Um diploma não garante emprego, nem faz necessariamente você ser um músico melhor. Ela acrescenta sim, mas quem entra precisa estar consciente de que irá encarar o mercado como qualquer outro, e muitas vezes estará em desvantagem frente a pessoas com experiência e contatos. Como já comentamos, a faculdade de música é muito recomendada para quem quer seguir carreira no clássico, ou quem quer dar aulas em escolas de música (nesse caso o currículo agrega valor – não garante nada, mas é um diferencial que pode ajudar). Os professores costumam ser apaixonados pelo erudito, então não se assuste caso ouça comentários pejorativos em relação a seus gostos populares. No fundo, música não é uma guerra, então você não precisa brigar com ninguém sobre gostos musicais. Segue abaixo algumas das melhores faculdades de música segundo avaliação do MEC e ENADE:

  • UNESP (São Paulo)
  • UFRGS (Rio Grande do Sul)
  • UFPR (Paraná)
  • UNIRIO (Rio de Janeiro)
  • UFC (Ceará)
  • UFBA (Bahia)
  • UFSM (Rio Grande do Sul)
  • UFMG (Minas Gerais)
  • UFG (Goiás)
  • UFU (Minas Gerais)
  • PUC-PR (Paraná)
  • UNOESTE (São Paulo)
  • UBM (Rio de Janeiro)
  • FIC (São Paulo)
  • FACCAMP (São Paulo)
  • UAM (São Paulo)

Music Business

curso music businessUma faculdade de música não é o único caminho para quem quer se profissionalizar na música. Se você está realmente interessado em viver de música, é recomendado também procurar um curso de music business. Como o próprio nome sugere, esse tipo de curso existe para preparar você para o mercado, mostrando os caminhos, explicando todas as etapas com dicas de quem conseguiu se dar bem nessa caminhada. Infelizmente, esses cursos de music business são no exterior (bem caros). No Brasil, recentemente um músico bem conhecido (Kiko Loureiro, que atualmente toca em uma das bandas mais famosas do mundo), lançou um curso de music business em português, bem mais acessível que os cursos do exterior. Vale a pena conferir:

kiko loureiro

Esperamos que tenham gostado das dicas, e até a próxima!